As práticas de queimadas na Amazônia tem origem histórica, na década de 30, motivadas pela exploração de madeira, para a abertura de áreas de pasto ou ainda para criação de lavouras. Essa prática fica ainda mais comum a partir do ano de 1970.
Atualmente as queimadas seguem sendo um problema, e desde 2020 vem atingindo níveis recordes, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), só no mês de julho foram registrados quase 5 mil focos de queimadas na região, mesmo com o decreto do governo federal em vigor. Tal decreto deixava proibida a prática de queimadas por 120 dias em todo o território nacional.
As queimadas além de terem um grande impacto ambiental para a fauna e a flora da região amazônica também impactam na vida da população, trazendo riscos à saúde, visto que, as queimadas criam uma mistura de poluentes tóxicos que podem ficar presentes no ar durante semanas.
No entanto, a maior ameaça à saúde da população trata-se do material particulado chamado de PM 2,5, que possui um tamanho menor que 2,5 micrômetros de diâmetro, esse material é um dos principais componentes da fumaça, e traz inúmeros problemas de saúde, pois uma vez que esse componente é inalado ele entra facilmente no pulmão e na corrente sanguínea, permanecendo e causando males ao corpo por meses.
Desta forma, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) a exposição à fumaça e cinzas produzidas pelas queimadas podem trazer riscos à saúde, como por exemplo, a irritação nos olhos, nariz, garganta e pulmões.
Além disso, pode reduzir a função pulmonar, provocando tosse e sibilo. Como também causar a inflamação pulmonar, que pode levar a doenças como a bronquite e até mesmo ao agravamento de asma e outras enfermidades pulmonares.
A exposição às queimadas além de problemas respiratórios pode fazer mal até mesmo para o coração causando a exacerbação de doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca por exemplo.
As queimadas chegam até mesmo a contribuir como o agravamento no quadro da pandemia de Covid-19 nessas regiões, uma vez que tende a sobrecarregar ainda mais os serviços de saúde dessas regiões, que em condições normais já sofrem para atender a toda a população.
De acordo com especialistas da área da saúde, as pessoas afetadas pelos efeitos das queimadas, mesmo que não estejam infectadas pelo vírus da Covid -19 poderão sofrer problemas como falha no diagnóstico e atendimento na rede pública de saúde.
Outro ponto a ser considerado, é a falta de leitos para tratar os casos graves, tanto dos pacientes afetados pela Covid quanto dos pacientes afetados pelos efeitos das queimadas.
Mesmo com todos esses efeitos nocivos à saúde, a prática das queimadas na Amazônia parece estar longe de acabar.